O Ministério da Saúde determinou o aumento das ações de vigilância e prevenção da febre de chikungunya, uma doença que até agosto nunca havia sido registrada no País. Desde então, três casos foram confirmados. Os pacientes contraíram a doença em viagens ao exterior.
Dois são de São Paulo e um do Rio de Janeiro. Todos tiveram boa recuperação. Assim como a dengue, a febre de chikungunya é transmitida pelo Aedes aegypti contaminado por vírus. Há casos também de contaminação provocada pelo mosquito Aedes albopictus. Não há registro de circulação do vírus da doença nas Américas. Mesmo assim, o Ministério da Saúde avalia ser importante reforçar a vigilância, sobretudo diante do fato de o País apresentar grande quantidade de criadouros do mosquito.
“Seria irresponsabilidade dizer que há risco zero de surto”, afirmou o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho. “Mas não há necessidade de alarme nem preocupações. Tivemos três casos importados, os pacientes tiveram boa evolução e as medidas de prevenção e controle foram aplicadas de maneira oportuna”.
A doença provoca febre alta, dores de cabeça, mal-estar e dores nas articulações. Parte das pessoas infectadas desenvolve a forma crônica da doença, que duram de seis meses a um ano. “Há casos de pacientes que não conseguem escrever”, conta Giovanini. Menos de 1% dos pacientes morre.
Desde outubro, o ministério se reúne com sociedades de várias especialidades médicas para discutir o assunto. Dentro das próximas semanas, um material informativo sobre o diagnóstico e o tratamento da doença será encaminhado a médicos e profissionais de saúde.
“Embora a doença apresente uma baixa mortalidade, ela preocupa por sua rápida capacidade de se alastrar e provocar surtos. Além disso, o tratamento pode ser dispendioso e demorado em parte dos pacientes”, justificou Giovanini. “Nosso esforço é não deixar a doença se alastrar. Identificar rapidamente eventuais casos importados, isolá-los e tomar as medidas de prevenção.” Para isso, o ministério usará a estrutura já existente para a dengue.
Os casos confirmados no Brasil já foram notificados à Organização Mundial da Saúde. Dois deles (um homem de 41 anos do Rio e outro de 55 anos, de São Paulo) apresentaram os sintomas depois de uma viagem para a Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos, esteve na Índia. Ela é a única que ainda apresenta dores nas articulações e está sendo medicada. Do Jornal do Commercio.
9 de dezembro de 2010
Published dezembro 09, 2010 by Elson Jackson with 0 comment
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